Câmara de Caruaru celebra PRFs veteranos e anuncia moradia popular
Fotos Vladimir Barreto
A 60ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Caruaru, presidida pelo vereador Anderson Correia, começou em tom de homenagem e reconhecimento e terminou em tom de cobrança pesada sobre segurança pública. O plenário recebeu integrantes do movimento “PRF Para Sempre”, formado por policiais rodoviários federais veteranos e ativos, e destacou o trabalho desses profissionais mesmo após a aposentadoria. Durante a fala, o convidado Emmanuel Gonzaga Cursino Leite descreveu o grupo como uma rede de cuidado mútuo, que visita ex-servidores adoecidos, presta apoio jurídico, emocional e financeiro e luta para que ninguém “simplesmente desapareça” depois de décadas de serviço. Ele defendeu que isso deveria ser política pública permanente de respeito aos veteranos da segurança.
O vereador Thiago Macaco usou a tribuna para reforçar o papel histórico da PRF em Caruaru, lembrar o apoio espiritual prestado pela Capelania e anunciar a intenção de criação de um espaço para preservar a memória do antigo ponto rodoviário na Jurití. O parlamentar defendeu que as homenagens devem acontecer “em vida”, e não apenas depois que o policial morre em serviço, e reiterou que a Casa Legislativa está aberta a essa pauta.
Nos apartes, João Neto (também da segurança pública) e Cabo Cardoso ressaltaram o prestígio nacional da PRF e o papel dos veteranos na formação de novas gerações; Sílvio Nascimento elogiou a sensibilidade da homenagem “em vida” e a presidência registrou o reconhecimento institucional da Casa.
Serviços e obras
Na pauta social, Gil Bobinho anunciou que a SPU (a Superintendência do Patrimônio da União) vistoriou um terreno de 58 ha próximo ao Alto do Moura para moradia popular via Minha Casa Minha Vida – Entidades; registrou também o Dia da Merendeira e o avanço da proposta de piso nacional. Raminho Xavier cobrou UBS em trecho do Pinheirópolis ainda sem cobertura. João Neto detalhou frentes na zona rural (reabertura de estradas e barreiros) para garantir acesso e produção.
Caso RIo de Janeiro
A segurança pública polarizou o plenário. Cabo Cardoso e Sílvio Nascimento classificaram a operação no RJ como “combate legítimo” ao tráfico, ressaltando risco extremo e defendendo que a resposta policial prevaleça quando houver ataque armado. Gil Bobinho e Edilson do MST pediram cautela e planejamento: defenderam não expor policiais sem inteligência adequada e observaram que, ainda que haja criminosos mortos, muitos seriam “soldados do tráfico”, enquanto os financiadores e líderes seguem fora das comunidades. Para eles, o enfrentamento efetivo combina inteligência, responsabilização dos “peixes grandes” e políticas de inclusão (escola, permanência estudantil, esporte e saúde).
Encerrando os trabalhos, a Mesa reforçou que a Câmara continuará aberta a pautas de fiscalização, cobrança de serviços essenciais e diálogo com as forças de segurança, mas também a debates de política pública estrutural, especialmente quando o assunto é vida, território e dignidade da população de Caruaru.