Audiência Pública discute acessibilidade para pessoas com deficiência visual

por Nucleo de Comunicação Social — publicado 02/12/2024 00h00, última modificação 03/12/2024 20h16
Barreiras físicas e atitudinais foram os principais pontos abordados pelas pessoas no debate.

Na segunda-feira (2), o plenário da Casa Jornalista José Carlos Florêncio recebeu autoridades, especialistas e cidadãos para a audiência pública que abordou a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência visual em Caruaru. Proposta pelo vereador Fagner Fernandes (PDT), a reunião teve como objetivo ouvir e dialogar com os presentes a fim de assegurar o acesso dessas pessoas a serviços de saúde de qualidade.

Na tribuna, o propositor entusiasmado compartilhou suas expectativas para a reunião. “Quem sabe hoje conseguimos construir um código para as pessoas cegas, ouvir e cobrar do executivo melhorias”, declarou Fagner Fernandes.

A audiência foi inicialmente conduzida pelo Presidente da Câmara, Bruno Lambreta (PSDB), em seguida, coordenada pelo vereador Professor Jorge Quintino (Pode). Além destes, contou com a presença do propositor, vereador Fagner Fernandes, o secretário executivo da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Caruaru, Wesley Nascimento, e vice-presidente da Atipicamente, Lorena Benifez para composição da mesa. 

Para a discussão, os inscritos expressaram suas opiniões. O presidente da Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB Caruaru, Stanley Rupert, citou as barreiras físicas e atitudinais que limitam a vida da pessoa cega e sugeriu que esse debate fosse além das pessoas habituais. “Quando promovemos políticas públicas de apoio à mobilidade inclusiva, estamos tocando na ferida, levando essa problemática para fora do seio das pessoas com deficiência e sim para as demais pessoas da sociedade”, enfatizou ele.

Dani Kelly ressaltou a educação como algo primordial e confessou as dificuldades que enfrenta por não ter uma plena acessibilidade física. “A minha vida não pode se limitar à minha residência. Eu não posso me enclausurar dentro da minha casa por falta de acessibilidade”. Em seguida, o gerente de transportes da AMTTC, Kildare Quintino, também expressou suas empecilhos como pessoa com deficiência visual e defendeu que a inclusão deveria vir de órgãos públicos. “Precisamos avançar para que a pessoa com deficiência tenha as melhores condições e possa usar os espaços públicos e ter uma vida ativa, assim como a lei de acessibilidade garante”, defendeu ele.

O Coordenador de Promoção à Pessoa com Deficiência, Sivanildo Teodoro, se animou em estar presente no debate e torceu para que o código esperado pelo propositor fosse concretizado. Por conseguinte, representando o secretário de Educação e Esportes de Caruaru, Kaio Henrique, Maisa Alves de Lima evidenciou diversos projetos que a Secretaria realizou para assegurar o direito à educação da pessoa cega através do fornecimento de material adequado e suporte responsável.

Ao fim da fala dos inscritos, Luci Tertulino compartilhou dos impasses que Dani Kelly enfrentou e disse que, em situações de espaços não acessíveis, se coloca à disposição para ajudar no melhoramento deles. Ela ainda percebeu o avanço na inclusão na educação e ressaltou a questão do piso tátil. “Acontece de a pessoa colocar um piso tátil na calçada, mas achando que é um design. Ali não é design, é para a pessoa cega se locomover com segurança”, expressou ela. Wesley Nascimento finalizou dizendo que: “um lugar inclusivo, é um espaço acessível para todos.

O propositor concluiu dizendo que vai solicitar senhas de atendimento com sinal sonoro para pessoas com deficiência visual, impressão de ultrassom 3D, capacitação necessária para os educadores e a identificação das calçadas com piso tátil que poderiam melhorar. Ele finalizou contente com o retorno do gerente de transporte da AMTTC, que compartilhou a tramitação para implementação do sistema sonoro nos sinais de trânsito na cidade. 

Para assistir a audiência na íntegra, clique no link: https://www.youtube.com/live/rQfvn2HUB0M?si=F0dsLHRzm9VcEWGS 

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